quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Ferida eterna

Acabei de ler a coisa mais linda que já vi na literatura perdida pela internet. E pasmem: foi num recado do Orkut enviado a mim pela minha cunhada. Parece piegas, mas é muito mais do que isso. Piegas é mais. Menos é mais. A verdade é que literatura demais envaidece o autor e esvazia o sentido da poesia pensada. Vejam só.

“O amor é um exercício de jardinagem. Arranque o que faz mal, prepare o terreno, semeie, seja paciente, regue e cuide. Esteja preparado porque poderão aparecer pragas, secas ou excesso de chuva, mas nem por isso abandone o seu jardim. Ame, ou seja, aceite, valorize, respeite, dê afeto, ternura, admire e compreenda. Entenda que a inteligência sem amor te faz perverso. A justiça sem amor te faz implacável. A diplomacia sem amor te faz hipócrita. O êxito sem amor te faz arrogante. A riqueza sem amor te faz avarento. A docilidade sem amor te faz servil. A pobreza sem amor te faz orgulhoso. A beleza sem amor te faz ridículo. A autoridade sem amor te faz tirano. O trabalho sem amor te faz tarefeiro. A simplicidade sem amor te deprecia. A lei sem amor te escraviza. A política sem amor te faz egoísta. A vida sem amor não tem sentido!”

Bem, relendo agora, acho que exagerei um pouco. Na verdade gostei muito das frases: "A docilidade sem amor te faz servil." e "A autoridade sem amor te faz tirano."

Elas resumem perfeitamente a minha vida hoje. Totalmente sem amor, revezo-me entre o ridículo, a hipocrisia, a servilidade, a tirania, a escravidão. Aprisionei minha vida num momento que não passa. Um momento que recordo a cada dia, sem nunca esquecê-lo. Ele me secou, desidratou minha alma, rasga meu coração todos os dias - que, de teimoso, se remenda para tornar a se deixar sangrar novamente, num ciclo doentio.

É como espatifar-se num blindex todos os dias. Da primeira vez dói mais.

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