Eu literalmente abri uma janela. Quintana estava certo. Não havia mais como segurar as palavras e não havia ninguém para ouvi-las ou libertá-las. Estando o uso de papel em franca decadência e minha letra - antes linda - irreconhecível e preguiçosa, nada me restou senão render-me à tecnologia e, dando uma de zumbi cibernético, escrever a esta hora um arremedo de texto totalmente sem nexo.
Acabei de ler outro recado: um velho amigo lembra de como eram lindas as minhas redações. Coitado. Se ele lesse estas imbecilidades... O tempo estraga mesmo a gente. Estraga e cura. Ou estraga e escraviza - pois não passa de escravidão estar confinado a um momento de sua própria vida como estive nesses últimos 11 anos. Indo e voltando. Fugindo e sendo capturada - caçada - de volta. Cerzindo farrapos e vendo-os serem rasgados.
Mas o que seria isso senão o próprio ritmo da vida? Sou um plancton largado à própria sorte num negro oceano sem horizonte. Nossa. Exagerei?
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